segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

28º dia – Que pais é esse?

“Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?”

Mais uma manhã no barco.









Após o café converso mais com os professores de geografia e tiramos uma foto juntos.  

Depois reencontro o casal de argentinos. Vou com eles pegar a chave do carro deles que estava guardada com o pessoal do navio. Aproveitamos para eles me mostrarem a adaptação que fizeram no carro de forma a transformá-lo num motorhome. Foi uma transformação simples feita pelo próprio Juan e sem mexer na estrutura do carro. Ele tirou o banco traseiro e fez um suporte de madeira com baús para alimentos, cozinha, roupas, ferramentas e um banheiro químico. Sobre tudo isso fica um colchão que desdobra para cima dos bancos dianteiros transformando-se numa cama. Tudo simples e eficiente. Eles divulgam a viagem pelo facebook na página Sudameri Kangoo. Vamos conferir? (https://www.facebook.com/sudamerikangooargentina)





 Encontro o Lúcio conversando com um grupo de haitianos. Eles nos falam que estão indo para Belém em busca de emprego e melhores condições. Em outras viagens eu já havia ouvido falar desses imigrantes da América Central que veem para Manaus e Belém na busca de empregos. São bem aceitos devido à mão de obra forte e dedicada que muitas vezes falta por ali. Tomarem que encontrem boas oportunidades.


Próximo ao meio dia, o barca atraca em outro barco em Jacuti. A parada é para embarcar e desembarcar alguns passageiros e cargas. Não dá tempo de descer, mas dá tempo dos ambulantes venderem suas marmitas e outros alimentos de cima do barco ao lado. A movimentação deles é muito rápida porque o tempo é curto. Chama a atenção e se destaca uma vendedora de marmita que grita e vende de forma rápida e agitada. Com seus gritos põe em atividade também seu marido e filho que correm para cima e para baixo buscando marmitas e salgados. Diversão à parte, ela vende praticamente tudo que tinha. Deve ser uma boa fonte de renda para que vive em um local de tão difícil acesso.











À tarde eu estava numa mesa do bar do barco utilizando o computador e chegou o Lúcio com os haitianos. Ele sentou com eles e fez o currículo e deu-lhes orientações sobre como proceder em Belém. Acho legal quando a gente presencia cenas como essas nas quais as pessoas se ajudam pelo simples prazer de ajudar.

Eu estava com o computador conectado a rede elétrica e com o multi-cabo do Lúcio ligado ao computador para carregar meu celular. Um rapaz pediu para eu carregar o dele também. Ai apareceu a Marciene querendo carregar o dela também.
Ao final eu nem sabia se meu computador estava carregando ou descarregando... 

 Marciene, na busca de uma carga para o celular. 




À noite encontro o Lúcio numa roda de conversa e me junto a eles. A conversa estica e um dos presentes explica o atual estado da BR 319. Segundo diz, há partes que não tem asfalto porque foi arrancado por tratores, a mando de donos de balsas, já que a estrada estava diminuindo a procura das balsas que interligam Porto Velho e Manaus. Desta forma, estavam “protegendo” suas empresas. Por isso também dinamitaram algumas pontes. Ou seja, os interesses de uma pequena elite (só econômica) se sobrepõem ao interesse da população.
Dá para acreditar numa história dessas?
Não parece surreal, apesar de ser confirmada por outras pessoas?



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