Sujeira pra
todo lado
Ninguém
respeita a Constituição
Mas todos
acreditam no futuro da nação
Que país é
esse?”
Após o café converso mais com os professores de geografia e tiramos uma foto juntos.
Depois reencontro o casal de argentinos. Vou com eles pegar a chave do carro deles que estava guardada com o pessoal do navio. Aproveitamos para eles me mostrarem a adaptação que fizeram no carro de forma a transformá-lo num motorhome. Foi uma transformação simples feita pelo próprio Juan e sem mexer na estrutura do carro. Ele tirou o banco traseiro e fez um suporte de madeira com baús para alimentos, cozinha, roupas, ferramentas e um banheiro químico. Sobre tudo isso fica um colchão que desdobra para cima dos bancos dianteiros transformando-se numa cama. Tudo simples e eficiente. Eles divulgam a viagem pelo facebook na página Sudameri Kangoo. Vamos conferir? (https://www.facebook.com/sudamerikangooargentina)
Encontro o Lúcio conversando com um grupo de haitianos. Eles nos falam que estão indo para Belém em busca de emprego e melhores condições. Em outras viagens eu já havia ouvido falar desses imigrantes da América Central que veem para Manaus e Belém na busca de empregos. São bem aceitos devido à mão de obra forte e dedicada que muitas vezes falta por ali. Tomarem que encontrem boas oportunidades.
Próximo ao meio dia, o barca atraca em outro barco em Jacuti. A parada é para embarcar e desembarcar alguns passageiros e cargas. Não dá tempo de descer, mas dá tempo dos ambulantes venderem suas marmitas e outros alimentos de cima do barco ao lado. A movimentação deles é muito rápida porque o tempo é curto. Chama a atenção e se destaca uma vendedora de marmita que grita e vende de forma rápida e agitada. Com seus gritos põe em atividade também seu marido e filho que correm para cima e para baixo buscando marmitas e salgados. Diversão à parte, ela vende praticamente tudo que tinha. Deve ser uma boa fonte de renda para que vive em um local de tão difícil acesso.
Eu estava
com o computador conectado a rede elétrica e com o multi-cabo do Lúcio ligado
ao computador para carregar meu celular. Um rapaz pediu para eu carregar o dele
também. Ai apareceu a Marciene querendo carregar o dela também.
Marciene, na busca de uma carga para o celular.
À noite encontro o Lúcio numa roda de
conversa e me junto a eles. A conversa estica e um dos presentes explica o
atual estado da BR 319. Segundo diz, há partes que não tem asfalto porque foi
arrancado por tratores, a mando de donos de balsas, já que a estrada estava
diminuindo a procura das balsas que interligam Porto Velho e Manaus. Desta
forma, estavam “protegendo” suas empresas. Por isso também dinamitaram algumas
pontes. Ou seja, os interesses de uma pequena elite (só econômica) se sobrepõem
ao interesse da população.
Dá para acreditar numa história dessas?
Não parece surreal, apesar de ser
confirmada por outras pessoas?
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