domingo, 19 de agosto de 2012

Fim, por enquanto...


Hoje acordamos com chuva novamente. Desta vez ela estava mais forte e parecia que estragaria nosso fim de viagem. Para nossa surpresa, enquanto tomamos café a chuva passa e o sol aparecer reluzente entre as nuvens. Arrumamos os trens para colocar no carro, mas antes faço uma foto da fachada da pousada.

Pegamos a estrada e a chuva volta novamente e com vontade.
Alguns quilômetros e ela passa...
Agora vamos. São mais de 600 km de Diamantina à Brasília.
Pausa para uma última foto das montanhas de Minas num mirante.

A noite já estamos em casa.
Agora é lavar o carro e esperar pela próxima viagem.

Brasília, 19/08/12

Hora H

Acordar em Diamantina dá um sabor de voltar ao passado. Apesar das dependências novas e bem cuidadas da pousada Vila do Imperador, o ar frio e úmido da cidade nos faz sentir num lugar distante no tempo e no espaço. Talvez sejam os mais de 600 km que nos separam de Brasília e a existência de umidade no ar.




O café da pousada é fartamente servido e com um pão de queijo quentinho que nos faz ter certeza de que estamos em Minas Gerais. As moças da cozinha são muito gentis e me preparam ovos mexidos na hora.

Como a feirinha do Mercado Municipal só funciona pela manha, resolvemos dar uma passeada por lá antes de sairmos da cidade para passear.
Encontramos no Mercado Municipal um movimento que nos surpreende.



Muitos artesãos vendem seus produtos, pequenos produtores vendem verduras, furtas e legumes, cantores tocam musicas como Cuitelinho e turistas e mais turistas andam de lado para lado, comprando, comendo e dançando.

Começamos pelo artesanato e paramos numa banca que vende tocas de lã. A Sarah diz que também tece, mas a maioria foi feita por sua mãe. Ela disse que a vermelha foi ela quem fez.


Miltra faz miniaturas de fachadas de casas, igrejas e construções de típicas de Diamantina. Compro uma fachada da casa de Juscelino Kubitscheck para minha coleção.


Dona Juquinha, oficialmente Maria Jose, tece blusas de lã e simpaticamente conversa com os turistas.


O artesanato é rico e diversificado. A lojinha oficial do Mercado Municipal tem belas pecas e algumas que parecem feitas de capim dourado do Jalapão. No entanto, segundo a atendente esse artesanato é da própria região, feito com o talo da pequena Sempre Viva, flor muito abundante por aqui.


Como vamos sair para passear, resolvo dar uma forradinha no estomago e como dois pequenos pasteis que custam 75 centavos cada. Com desconto, três ficam por ‘doi real’.

Saímos em direção a Biribiri, por recomendação de minha cunhadona Cris. Saímos da cidade e do asfalto também. Nos surpreendemos ao descobrir que estamos entrando no Parque Estadual Biribiri. Na portaria somos parada e gentilmente informados da recomendações que devemos seguir e como encontrarmos as cachoeiras (quedas d’água). O primeiro local no qual paramos é o poço da água limpa. Deixamos o carro na beira da estra e fazemos uma pequena caminhada que vale a pena. O local é muito bonito e, se não fosse o frio, eu não perderia a oportunidade de dar um belo mergulho.
Vamos lá. Aiiinndaa teeemoos alguuuuuuns quilooooomeetrooooos paaaara sacuuuuleeejaaaa. Quer dizer, percorrer. Estrada de terra é bão, mas as custelas acabam com a costelas.
Na estrada passamos por diversas pontes que protegem pequenos riachos dos carros. Solavancos e bonitas paisagens nos levam a Vila de Biribiri, “fundada em 1876, por Dom Joao Antônio dos Santos para abrigar uma indústria têxtil. No auge do funcionamento a vila contava com 600 funcionários, geração de energia elétrica própria, armazém, escola, barbearia, igreja, clube e restaurante. Foi desativada em 1972”.
O local no encanta quando o avistamos do alto do morro.


Fazemos um reconhecimento pelo local, tirando algumas fotos e nos dirigimos ao bar do Raimundo.




Tomamos umas cervejas com torresmo e pedimos o almoço: Lombo a Piripiri, acompanhado de batata frita, feijão tropeiro, arroz e couve refogada. A porção pra dois alimenta quatro. Vou ter que malhar o dobro na semana que vem...
Antes de sairmos, tiro uma foto das pessoas que tão bem nos atendem

 Raimundo, Aline, Cariane, Wesley, D. Maria,

Amanda e Kika.

Mais uma caminhada e mais algumas fotos e saímos em direção à cachoeira do Cristal. Chegamos na hora H.




Uma nuvem se aproxima por trás da cachoeira e sobre ela se forma um lindo arco íris. Um não, dois. Chegamos na hora H. Sem delongas, vejam...

Mais algumas fotos, voltando para a pousada.


Anoiteceu.

Chegamos na cidade e nos preparamos para a Vesperata...
Na Vesperata, os músicos posicionam-se nas sacadas das casa da praça da Quitanda e são regidos pelo maestro que fica num palco no centro da praça.




As mesas são vendidas com quatro cadeiras e como compramos só duas nos sentamos com dois desconhecidos. Não por muito tempo, porque nos apresentamos e descobrimos que são dois belorizontinos: Gleice e Dalton. Logo, logo conversamos bastante e descobrimos coisas em comum como o gosto pela  viagem. Esse é um bom assunto e nos aproxima. Trocamos experiências e ao fim, e-mails. A Vesperata tem um repertorio que agrada pelas melodias e pela magia de perceber a musica saindo de toda praça. Quem não conhece, vale a pena. Quem já conhece, acaba voltando.
Encontramos ate a Chica da Silva e seu contratador e tiramos uma foto com eles

Terminada a vesperata, nos encontramos com a Vera, Andreia e Maurinho. Vamos para um restaurante tomar mais umas e comer uns tira-gosto porque o tropeiro do almoço já venceu. Terminar a noite na companhia de pessoas agradáveis e que nos divertem é brindar o dia com a perfeição. Elas tomam seu rumo e  nós o nosso.


Agora, com a alma lavada, é hora de ir para a cama descansar que amanhã também será um longo dia.
Boa noite diamantina...


Diamantina, 18/08/12

sábado, 18 de agosto de 2012

Queijo

Na Pousada Fazenda da Tuca acordamos com o galo cantando.
O canto do galo é ignorado e dormimos mais porque está muito frio e chovendo. A janela de madeira escurece o ambiente e engana nosso relógio biológico que utiliza a luz para reforçar a necessidade de sair da cama. Há quanto tempo não durmo oito horas em várias noites seguidas. Isso é férias. É poder se dar ao luxo de acordar e não levantar porque a cama está boa.
Levantamos, tomamos banho e vamos tomar café. O chuvisco que cai nos faz curtir o café com mais calma, esperando o tempo melhorar. E melhora. 

Colocamos os trens no Troller e saímos rumo à cooperativa para comprar queijo do Serro. A cooperativa é em frente à rodoviária e o local é movimentado. O transito de carros se confunde com os pedestres, visto que as calçadas são estreitas e cheias de degraus. Queijos no isopor, é hora de pegar a estrada rumo a Milho Verde. Ha opção de ir do Serro a Diamantina por estrada asfaltada, mas queremos a emoção da estrada de terra, além de poder passar por alguns lugarejos que existem no caminho antigo e cheio de marcos da Estrada Real. Para nossa tristeza, ate Milho Verde a estrada é toda asfaltada, embora mantenha sua beleza devido às curvas e as vistas das montanhas que corta. Na cidade paramos em frente a
 Capela do Rosario onde tiramos umas fotos e observamos o lugarejo.


Tranquilo, é cheio de pousadas e deve ser refugio de muita gente que mora em cidade maior e busca o sossego e a tranquilidade do local. Depois descobrimos que em Milho Verde há também a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, onde foi batizada Chica da Silva. Famosa escrava que nasceu no Serro em 1732. Alforriada, viveu no Arraial do Tijuco, hoje Diamantina, na segunda metade do século XVIII, mantendo por mais de quinze anos uma união estável com o “rico contratador dos diamantes João Fernandes de Oliveira tendo com ele treze filhos. O fato de uma escrava alforriada ter atingido posição de destaque na sociedade local durante o apogeu da exploração de diamantes deu origem a diversos mitos.” O romance foi objeto de vários livros e de uma novela feita pela extinta Rede Manchete, protagonizada pela empreguente Thais Araujo.

Atravessamos a cidade, e nos deparamos com a estrada de terra que vai para Diamantina. No entanto, no caminho ainda encontramos o lugarejo de São Gonçalo das Pedras. Este, embora pareça um pouco maior, guarda uma cara de interior. Paramos numa praça para nos informar e fazer um lanche. Da padaria e lanchonete observamos uma loja de pedras e uma de artesanato. 



Quando terminamos de lanchar observamos que a loja de pedra está fechada e vamos à loja de artesanato. La somos recebido pela Valquiria que mora ali a pouco mais de um mês e que diz ter vindo de Parati, onde também trabalha com artesanato. Sorridente e conversadeira, nos dá várias dicas sobre Diamantina e nos convida a visitá-la em Parati, onde moram seus filhos e ex-marido, também artesão. 

Antes de sairmos da cidade, paramos para mais algumas fotos.




Rumo a Diamantina, passamos uma linda estrada que corta as montanhas. O visual é sempre bonito e compeennsaa as cosssteeelasss que nos fazeeem puuulaar seeem paaararrr. O município do Serro é separada de Diamantina por um rio entre montanhas. A união entre os dois municípios é feita por uma bonita ponte.


Mais costelas na estrada e passamos por Vau, pequeno lugarejo às margens do Rio Jequitinhonha.


Após mais montanhas,





Chegamos a Diamantina. “Com quase três séculos de fundação, passando de povoado a arraial até chegar a município, Diamantina é uma cidade rica em história e tradições. Possui um patrimônio arquitetônico, cultural e natural rico e preservado.  A formação do município está intrinsecamente ligada à exploração do ouro e do diamante.”




Passeamos pela cidade e paramos para tomar um capuchino com pão de queijo. Depois acabamos por encontrar a loja de artesanato Relíquias do Vale. Lá, além do bom atendimento, encontramos uma variedade do belo artesanato do Vale do Jequitinhonha. Difícil sair sem comprar algumas lembranças.

Após tomar um banho, vamos sair para curtir a noite na cidade que tem rica programação cultural.



No Mercado Municipal encontramos um povo alegre a beber, ouvir música e dançar. Um grupo de  seresta anima a festa. Quando param para descansar, outro grupo que havia descia a rua cantando e tocando assumem o palco e animam a festa com musicas como a professorinha.
Hora de recolher para proteger do frio.


Diamantina, 17/08/12