Acordar em Diamantina dá um sabor de voltar ao passado.
Apesar das dependências novas e bem cuidadas da pousada Vila do Imperador, o ar
frio e úmido da cidade nos faz sentir num lugar distante no tempo e no espaço.
Talvez sejam os mais de 600 km que nos separam de Brasília e a existência de
umidade no ar.
O café da pousada é fartamente servido e com um pão de queijo quentinho que nos faz ter certeza de que estamos em Minas Gerais. As moças da cozinha são muito gentis e me preparam ovos mexidos na hora.
Como a feirinha do Mercado Municipal só funciona pela manha,
resolvemos dar uma passeada por lá antes de sairmos da cidade para passear.
Encontramos no Mercado Municipal um movimento que nos
surpreende.
Muitos artesãos vendem seus produtos, pequenos produtores
vendem verduras, furtas e legumes, cantores tocam musicas como Cuitelinho e
turistas e mais turistas andam de lado para lado, comprando, comendo e
dançando.
Começamos pelo artesanato e paramos numa banca que vende
tocas de lã. A Sarah diz que também tece, mas a maioria foi feita por sua mãe.
Ela disse que a vermelha foi ela quem fez.
Miltra faz miniaturas de fachadas de casas, igrejas e
construções de típicas de Diamantina. Compro uma fachada da casa de Juscelino
Kubitscheck para minha coleção.
Dona Juquinha, oficialmente Maria Jose, tece blusas de lã e
simpaticamente conversa com os turistas.
O artesanato é rico e diversificado. A lojinha oficial do
Mercado Municipal tem belas pecas e algumas que parecem feitas de capim dourado
do Jalapão. No entanto, segundo a atendente esse artesanato é da própria região,
feito com o talo da pequena Sempre Viva, flor muito abundante por aqui.
Como vamos sair para passear, resolvo dar uma forradinha no
estomago e como dois pequenos pasteis que custam 75 centavos cada. Com
desconto, três ficam por ‘doi real’.
Saímos em direção a Biribiri, por recomendação de minha
cunhadona Cris. Saímos da cidade e do asfalto também. Nos surpreendemos ao
descobrir que estamos entrando no Parque Estadual Biribiri. Na portaria somos
parada e gentilmente informados da recomendações que devemos seguir e como
encontrarmos as cachoeiras (quedas d’água). O primeiro local no qual paramos é
o poço da água limpa. Deixamos o carro na beira da estra e fazemos uma pequena
caminhada que vale a pena. O local é muito bonito e, se não fosse o frio, eu
não perderia a oportunidade de dar um belo mergulho.
Vamos lá. Aiiinndaa teeemoos alguuuuuuns
quilooooomeetrooooos paaaara sacuuuuleeejaaaa. Quer dizer, percorrer. Estrada
de terra é bão, mas as custelas acabam com a costelas.
Na estrada passamos por diversas pontes que protegem
pequenos riachos dos carros. Solavancos e bonitas paisagens nos levam a Vila de
Biribiri, “fundada em 1876, por Dom Joao
Antônio dos Santos para abrigar uma indústria têxtil. No auge do funcionamento
a vila contava com 600 funcionários, geração de energia elétrica própria,
armazém, escola, barbearia, igreja, clube e restaurante. Foi desativada em 1972”.
O local no encanta quando o avistamos do alto do morro.
Fazemos um reconhecimento pelo local, tirando algumas fotos
e nos dirigimos ao bar do Raimundo.
Tomamos umas cervejas com torresmo e pedimos o almoço: Lombo a Piripiri, acompanhado de batata frita, feijão tropeiro, arroz e couve refogada. A porção pra dois alimenta quatro. Vou ter que malhar o dobro na semana que vem...
Antes de sairmos, tiro uma foto das pessoas que tão bem nos atendem
Raimundo, Aline, Cariane, Wesley, D. Maria,
Amanda e Kika.
Mais uma caminhada e mais algumas fotos e saímos em direção
à cachoeira do Cristal. Chegamos na hora H.
Uma nuvem se aproxima por trás da cachoeira e sobre ela se
forma um lindo arco íris. Um não, dois. Chegamos na hora H. Sem delongas, vejam...
Mais algumas fotos, voltando para a pousada.
Anoiteceu.
Chegamos na cidade e nos preparamos para a Vesperata...
Na Vesperata, os músicos posicionam-se nas sacadas das casa
da praça da Quitanda e são regidos pelo maestro que fica num palco no centro da
praça.
As mesas são vendidas com quatro cadeiras e como compramos
só duas nos sentamos com dois desconhecidos. Não por muito tempo, porque nos
apresentamos e descobrimos que são dois belorizontinos: Gleice e Dalton. Logo,
logo conversamos bastante e descobrimos coisas em comum como o gosto pela viagem. Esse é um bom assunto e nos aproxima.
Trocamos experiências e ao fim, e-mails. A Vesperata tem um repertorio que
agrada pelas melodias e pela magia de perceber a musica saindo de toda praça.
Quem não conhece, vale a pena. Quem já conhece, acaba voltando.
Encontramos ate a Chica da Silva e seu contratador e tiramos uma foto com eles
Terminada a
vesperata, nos encontramos com a Vera, Andreia e Maurinho. Vamos para um
restaurante tomar mais umas e comer uns tira-gosto porque o tropeiro do almoço
já venceu. Terminar a noite na companhia de pessoas agradáveis e que nos
divertem é brindar o dia com a perfeição. Elas tomam seu rumo e
nós o nosso.
Agora, com a alma lavada, é hora de
ir para a cama descansar que amanhã também será um longo dia.
Boa noite diamantina...
Diamantina, 18/08/12