quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Dia E


Acordar cedo numa construção antiga em Minas é difícil. As janelas de madeira do Hotel Providencia escurecem o ambiente, deixando-o como se fosse sempre noite. O clima frio nos aconchega debaixo dos cobertores. Só mesmo o relógio do estômago para nos acordar e dizer que é hora de levantar. O café da manhã é farto e o queijo é mineiro mesmo.
Com o estomago forrado, é hora de pegar a estrada novamente. Saímos de Mariana em sentido à Serra do Caraça. A estrada serpenteia as montanhas, mas não perdemos a serra de vista.
A primeira cidade na qual paramos é Santa Rita do Durão. A 27 Km de Mariana, o lugarejo surgiu em 1702, devido à extração de ouro, e  seu nome presta homenagem ao poeta épico Frei José de Santa Rita do Durão, ali nascido. A praça central é o pátio de frente à
 Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, construída a partir de 1729.


Na estrada, o trânsito de caminhões e carretas é grande e rápido nota-se porque: uma enorme quantidade de mineradoras estão ao redor da estrada. A região tem como grande fonte de divisas a extração de minério de ferro. A vista inspira o lado poético que diz:
Minas, terra das montanhas que furam as nuvens
e dos homens que devoram montanhas.

 Essa é uma das visões do Morro d’Água Quente, um pequeno lugarejo que também serve de base para mineradoras.

Essa é uma de suas igrejas
e suas casas.
Passamos direto por Catas Altas e entramos em Santa Barbara, cidade da qual tenho lembranças de ouvir meu irmão mais velho e seus amigos falarem das festas ali realizadas.  O povoado, inicialmente conhecido como “Arraial de Santo Antônio do Ribeirão Santa Bárbara”, começou em 1704, quando o bandeirante  Antônio Pereira ali encontrou um ouro de aluvião e veios de pedras preciosas.

 A Matriz de Santo Antônio começou a ser construída em 1713 e mantem sua imponência até hoje.

 Mais uma igreja


Saímos de Santa Barbara e passamos por fora de Barão de Cocais, “conhecida nacionalmente como Portal do Caraça, foi fundada no inicio do século XVIII, por bandeirantes portugueses e paulistas que descobriram o lugar depois de descer o rio São João.”
Entramos em Cocais, distrito de Barão de Cocais, e paramos em frente à pousada Vila e Restaurante Vila Cocais.
 Decidimos almoçar e ao abrir o cardápio nos deparamos com um poema que mostra como os mineiros misturam comida e poesia.
“Comer em Minas e ser convidado para estagiar no paraíso.
Ah, esqueçamos tudo, os amores frustrados,
os caminhos não trilhados, os romances inacabados.
Virgem Maria, quantos ‘ados’. Para finalizar essa rima ridícula,
só mesmo uns bons assados...
se, Santo Deus, aquela mulher não te quer, o lombinho não te despreza.
Afoguem, amigos nossas doces magoas nas delicias mineiras.
No fim, tudo será perdoado.
No fim, tudo dará certo.
Minas é sobretudo sua cozinha. Tradicionalíssima. De um sabor único. Com camada acumuladas. De historia, saudades e afetos. E de cebolas, recheios e couves. Ah, comer é um divino prazer humano...”
(Felipe Peixoto Braga Neto, As coisas simpáticas da vida)

Façamos então o pedido: feijão tropeiro, com arroz, couve e carne de porco (carne de lata). Agora é encarar o prato e preparar para a leseira.
Para cura-la só uma caminhada pela cidade e algumas fotos.


 Igreja de Sant’Ana.

 Matriz Nossa Senhora do Rosário


  
Saímos de Cocais e passamos Bom Jesus do Amparo,




depois Ipoema,


e Senhora do Carmo até chegarmos a Itambé do Mato Dentro, cidade com pouco mais de 2.500 habitantes, comermos uma pizza, tirarmos umas fotos da igreja


Nossa Senhora das Oliveiras
 e fomos descansar na Pousada Lava Pés (http://www.pousadalavapes.com.br).
O frio convida a um bom banho quente e uma boa noite de sono...
Boa noite.

Itambé do Mato Dentro, 15/08/12

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