“Saudações a
quem tem coragem,
Aos que
estão aqui para qualquer viagem...”
Hoje acordei
com a determinação de vencer a parte mais difícil da viagem: o trecho de
Carreiro – AM até Porto Velho – RO. São cerca de 700 km, mas de estrada com
trechos não muito bons. Ou melhor, péssimos, segundo informações que colhi.
Dormi em Carreiro no Hotel Privé. Hotel com h, mas minúsculo... Segundo um dos
proprietários, ele foi construído grande apostando na finalização da BR 319,
pois a cidade se tornaria ponto de parada obrigatório para muitos que passassem
por aqui. Isso ainda não aconteceu!
Pego a
estrada que no inicio é relativamente boa. Depois começam a aparecer alguns
trechos com muitos remendos. A quantidade de buracos vai aumentando. Quando
chego ao quilometro 77 aparecem tantos buracos que tenho que baixar a
velocidade para 20 km/h para conseguir desviar deles.
Pego a
estrada que no inicio é relativamente boa. Depois começam a aparecer alguns
trechos com muitos remendos. A quantidade de buracos vai aumentando. Quando
chego ao quilometro 77 aparecem tantos buracos que tenho que baixar a
velocidade para 20 km/h para conseguir desviar deles.
No quilômetro
80 o asfalto se acaba e não deixa vestígios por 2 km.
Um pouco mais de asfalto me anima, mas quando chega ao quilometro 92 o asfalto some completamente e me deparo com uma estrada de lama. Primeiro engato a tração 4x4, mas logo a lama é tanta que sou obrigado a colocar a reduzida e, mesmo assim, o carro patina e anda de lado. Fico reflexivo e concluo: minha loucura tem limite! Ando um tempo procurando lugar onde eu possa manobrar o carro com segurança para retornar. Acho um pequeno trecho com registros paleontológicos de um asfalto que já existiu por ali. Provavelmente construído por uma civilização Inca, Maia ou Asteca. Isso porque eram somente registros tênues de um asfalto que ali existiu há muito tempo atrás.
Aceito o convite para almoçar e conseguir mais informações para decidir o que fazer. Pela primeira vez, almoço num quartel do exército. A comida é preparada por dois soldados e é muito saborosa.
Após o
almoço, começa a chover. Ou seja: não dará para passar tão cedo. Os
complicadores são diversos. Na estrada ruim como está não é tão difícil atolar.
Embora com um carro robusto e com guincho na frente, estou completamente só e
não teria nenhum apoio. Praticamente não passa carro por ali. As distancias são
muito grandes para caminhar e pedir socorro. Para fechar, são quase 500 km o
que pode fazer com que meu combustível não seja suficiente após sucessivos
atoleiros, apesar do tanque cheio e da reserva que levo.
Travessia do Encontro Das Águas (Rio Negro e rio Solimões).
No Porto da
Ceasa busco uma balsa para Altamira, mas sou informado que só conseguirei no
Porto Rodúlo que é bem no centro da cidade. Aos sucessivas desinformações, já
que não localizo o porto pelo GPS, chego. O transito em Manaus é confuso e
cheio como em toda cidade grande brasileira. Haja paciência. Em cada semáforo
fechado há um tempinho para mexer no celular.
No porto sou
informado que o próximo navio a sair em direção a Belém é o Rondônia, o mesmo
em que vim. Conclusão: não fui a Rondônia, mas fui e voltei de Rondônia. J
Acerto o
preço que é salgado e espero a novela acabar para poderem guardar o carro para
mim. Termino por eu mesmo guardar o
carro no navio e pego a rede para dormir. Dormir em rede é muito bom para quem
está acostumado (não é Thiago?), mas para quem não tem esse costume dá mais
trabalho. Mesmo assim, é melhor que sobre um isolante térmico numa barraca.
Como quase ninguém embarcou posso escolher o local da rede com calma. Vamos
lá...
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