sábado, 8 de fevereiro de 2014

26º dia – Selva amazônica pela BR 319

“Saudações a quem tem coragem,

Aos que estão aqui para qualquer viagem...”

Hoje acordei com a determinação de vencer a parte mais difícil da viagem: o trecho de Carreiro – AM até Porto Velho – RO. São cerca de 700 km, mas de estrada com trechos não muito bons. Ou melhor, péssimos, segundo informações que colhi. Dormi em Carreiro no Hotel Privé. Hotel com h, mas minúsculo... Segundo um dos proprietários, ele foi construído grande apostando na finalização da BR 319, pois a cidade se tornaria ponto de parada obrigatório para muitos que passassem por aqui. Isso ainda não aconteceu!






Pego a estrada que no inicio é relativamente boa. Depois começam a aparecer alguns trechos com muitos remendos. A quantidade de buracos vai aumentando. Quando chego ao quilometro 77 aparecem tantos buracos que tenho que baixar a velocidade para 20 km/h para conseguir desviar deles.



Pego a estrada que no inicio é relativamente boa. Depois começam a aparecer alguns trechos com muitos remendos. A quantidade de buracos vai aumentando. Quando chego ao quilometro 77 aparecem tantos buracos que tenho que baixar a velocidade para 20 km/h para conseguir desviar deles.



No quilômetro 80 o asfalto se acaba e não deixa vestígios por 2 km. 


Um pouco mais de asfalto me anima, mas quando chega ao quilometro 92 o asfalto some completamente e me deparo com uma estrada de lama. Primeiro engato a tração 4x4, mas logo a lama é tanta que sou obrigado a colocar a reduzida e, mesmo assim, o carro patina e anda de lado. Fico reflexivo e concluo: minha loucura tem limite! Ando um tempo procurando lugar onde eu possa manobrar o carro com segurança para retornar. Acho um pequeno trecho com registros paleontológicos de um asfalto que já existiu por ali. Provavelmente construído por uma civilização Inca, Maia ou Asteca. Isso porque eram somente registros tênues de um asfalto que ali existiu há muito tempo atrás.





Começo a voltar e encontro uma viatura do exercito. Pisco farol e paro. A viatura também para. Converso com os dois militares que estão na frente: o Dos Santos me diz que depois que secar a estrada fica transitável e me convida a esperar um pouco no Destacamento de Construção Cabo Barbosa, de Boa Vista. Aceito o convite para poder pensar com calma e decidir o que fazer. Alcilene Cordeiro, Técnica Ambiental que o acompanha, vem ao destacamento só para dar algumas instruções, pois acompanha as obras que o exercito realiza.



Aceito o convite para almoçar e conseguir mais informações para decidir o que fazer. Pela primeira vez, almoço num quartel do exército. A comida é preparada por dois soldados e é muito saborosa.


Após o almoço, começa a chover. Ou seja: não dará para passar tão cedo. Os complicadores são diversos. Na estrada ruim como está não é tão difícil atolar. Embora com um carro robusto e com guincho na frente, estou completamente só e não teria nenhum apoio. Praticamente não passa carro por ali. As distancias são muito grandes para caminhar e pedir socorro. Para fechar, são quase 500 km o que pode fazer com que meu combustível não seja suficiente após sucessivos atoleiros, apesar do tanque cheio e da reserva que levo. 



Decido voltar para Manaus.







Travessia do Encontro Das Águas (Rio Negro e rio Solimões).


No Porto da Ceasa busco uma balsa para Altamira, mas sou informado que só conseguirei no Porto Rodúlo que é bem no centro da cidade. Aos sucessivas desinformações, já que não localizo o porto pelo GPS, chego. O transito em Manaus é confuso e cheio como em toda cidade grande brasileira. Haja paciência. Em cada semáforo fechado há um tempinho para mexer no celular.
No porto sou informado que o próximo navio a sair em direção a Belém é o Rondônia, o mesmo em que vim. Conclusão: não fui a Rondônia, mas fui e voltei de Rondônia. J

Acerto o preço que é salgado e espero a novela acabar para poderem guardar o carro para mim.  Termino por eu mesmo guardar o carro no navio e pego a rede para dormir. Dormir em rede é muito bom para quem está acostumado (não é Thiago?), mas para quem não tem esse costume dá mais trabalho. Mesmo assim, é melhor que sobre um isolante térmico numa barraca. Como quase ninguém embarcou posso escolher o local da rede com calma. Vamos lá...

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